terça-feira, 22 de outubro de 2013

Companhia.

E na distância a gente morre um pouco a cada dia, a gente dorme para esquecer, mas esquece que no outro dia ao acordar a gente vai lembrar, porque não dá para esquecer só porque dói. Eu sinto uma falta constante, uma saudade constante e não consigo acostumar. Ao dormir a gente esquece, mas quão ruim é acordar e lembrar, quão ruim se tornaram os dias, quão frias se tornaram as noites, tudo lembra. Quão solitária se tornou a vida. Alguém chega e rouba sua paz, te enche de lembranças e vai, com se fosse fácil ver as lembranças querendo novamente voltar a ser seu cotidiano. E vemos outras pessoas fazendo o que a muito já éramos acostumados a fazer, eu vejo o seu sorriso distante e quero te tocar, seguro-me onde puder em uma vã tentativa de não ir atrás, de largar de mão, de fazer-me orgulhosa e com aquele olhar superior lhes dizer: "não sinto sua falta" quando na verdade morro todos os dias. Morro por saber que estás tão longe, que de mim se esconde e que não posso mais te ter aqui. A companhia se foi, e a única companhia que agora sobrevive aqui é a companhia de sua ausência, ela permanece, ela insiste em ficar, foi tudo o que você deixou aqui.

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