domingo, 29 de julho de 2012

Tudo começa com uma dorzinha,

um incomodo que no início é fácil de ser ignorado, um sorriso no rosto e parece que a vida nunca esteve melhor. Depois a dorzinha aumenta gradativamente, assim, pouquinho a pouquinho como se fosse pra não chamar atenção e quando a gente se dá conta, aquela que era apenas uma dorzinha que não fazia diferença já virou uma dor crônica, uma dor impossível de aguentar e que, assim como a gripe, sempre piora à noite. Uma dor que, às vezes, parece que some por um minuto ou dois quando a gente dá aquela boa distraída, mas logo depois ela volta, mais forte, mais fora do controle... Hoje em dia eles deram um nome a essa dor, eles a chamam de saudade, e essa tal de saudade, vou te falar uma coisa, dói pra caralho. Eu por exemplo, sou daquelas que sente essa dorzona, essa saudade, de coisa que só aconteceram na minha mente, estranho não?! Pois é, sinto essa tal de saudade por tantas coisas, por tantos sorrisos, por tantos cheiros, caras e bocas, abraços... Ultimamente essa tal de saudade tem sido minha companheira, ela juntamente com suas "parentes", um tal de amor não correspondido e uma tal de melancolia... Quando esses três se juntam, haja travesseiro e lenço de papel... Acho que eles já estão a tanto tempo comigo que meu coração deveria ter se acostumado, afinal nem são mais visitas, já se tornaram hospedes permanentes, mas parece que ultimamente quando esses três resolvem aprontar juntos, meu coração enfraquece, começa a bater fraquinho e fraquinho... Acho que nem ele aguenta mais com tanta melancolia e solidão, outro dia meu cérebro me avisou que devo mandá-los partir imediatamente antes que eles causem danos permanentes em meu coração e acabem afetando outros órgãos vitais, porém já me acostumei com a presença deles, eles compensam bem o vazio que aquele ao qual não quero mencionar deixou, parece que se eles se forem não haverá mais razão... Mas até quando terei de obrigar meu coração a conviver com estes hóspedes tão inconvenientes? Já fui obrigada a dizer adeus antes para alguém muito mais importante, alguém que jurava que não viveria sem, entretanto aprendi a viver, o tempo passou e por mais que a gente não esqueça a gente aprende a viver sem. Ouvi falar que se esse tal de amor não correspondido e essa tal de melancolia forem embora fica mais fácil conviver só com a saudade, então assim farei, direi hoje mesmo para que partam, deixarei que visitem a Sr. Saudade de tempos em tempos, mas deixei bem avisado a eles que essas visitas, a partir de hoje, serão cada vez menos frequentes. Acho que fiz a escolha certa, a saudade permanece comigo, ela provoca um vazio, mas ao mesmo tempo ela também o cobre bem, e também, depois de uma longa reforma, abri meu coração para novos moradores, o mais novo a chegar foi um tal de amor próprio, no início achei ele meio suspeito, mas devo admitir que ele está me fazendo um bem danado! Quanto aos parentes da saudade, eles costumam visitá-la, claro que raramente, e de preferencia à noite quando todos os outros inquilinos do meu coração resolveram sair para passear, na manhã seguinte elas partem e meus inquilinos voltam, e tudo volta ao normal e segue seu curso novamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário