sábado, 19 de maio de 2012

Um dia a gente já brincou na lama,



 teve medo de monstro, acreditou no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, na Fada do Dente. Fez perguntas indiscretas para os adultos, bagunçou o quarto, se divertiu assistindo desenho animado. Bebeu suco de maracujá, comeu biscoito recheado, bolo de cenoura, sorvete e chocolate até dizer chega. Fez castelo de areia na praia, acampou com os amigos, dormiu na casa dos avôs. Fez festa de aniversário de boneca, princesa, fada. Brincou de pique-esconde, pique-pega, pique-tudo-que-se-possa-imaginar. Imaginou um mundo onde todas as pessoas eram felizes e tinham o poder de voar. Vestiu uma capa feita de lençol e tentou voar. Inventou um amigo imaginário, mudou o nome dele. Calçou o sapato da mãe, andou pela casa toda borrada de batom, querendo ser adulto por um dia.Mal sabíamos o que era, na verdade, crescer. Ter responsabilidades, horários, prazos. Pensar na vida, resolver problemas. Problemas muito mais complicados do que a matemática, que parecia ser o pior dilema do mundo, na quinta série. Me faz lembrar da história de Peter Pan, o menino que vivia na Terra do Nunca, e nunca crescia. Quem fosse com ele, seria criança para sempre, imagine só? Uma vida inteira só de chiclete, brinquedos, sonhos. Uma vida em que o único problema fosse o da matemática. Seria pedir demais, não é? Sim. Só crescendo vivemos coisas diferentes conhecemos pessoas, erramos – muito, aprendemos – muito, vivemos. É o cliclo da vida, não se pode querer mudá-lo. É o que precisamos. Mesmo assim, posso apostar que qualquer um de nós, desde os que acabaram de sair da infância até os que quase não se lembram dela, gostaríamos de pedir, pelo menos por um dia: Peter Pan, ainda dá tempo de ir com você?
Larissa.

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